top of page

"Be Right Back" - Black Mirror. Uma análise e reflexão sobre IA, em uma obra cinematográfica.

  • Foto do escritor: Luiz Henrique Guimarães
    Luiz Henrique Guimarães
  • 29 de set. de 2024
  • 3 min de leitura

Diretor, Escritores e Elenco:


"Be Right Back" é o primeiro episódio da segunda temporada de "Black Mirror", dirigido por Owen Harris e escrito por Charlie Brooker, criador da série. No elenco principal, temos Hayley Atwell como Martha e Domhnall Gleeson como Ash, que desempenham papéis intensos e profundos, contribuindo para a narrativa emocionalmente carregada do episódio.


Sinopse:


Neste episódio, Martha, interpretada por Hayley Atwell, enfrenta a perda repentina de seu parceiro Ash (Domhnall Gleeson) e acaba recorrendo a um serviço que permite interagir com uma versão digital de Ash, criada a partir de seu histórico de redes sociais. Inicialmente, Martha apenas se comunica com a versão textual de Ash, mas o serviço evolui para uma versão física artificial.


Informações do Episódio:


"Be Right Back" aborda o luto e a dependência da tecnologia, mostrando como a conexão virtual pode ser, ao mesmo tempo, boa e desesperadora com prováveis consequências duradouras. Owen Harris, o diretor, fez um excelente trabalho ao transmitir a tristeza de Martha, utilizando uma cinematografia que favorece tons frios e ambientes isolados para representar a solidão dela, como em uma das cenas onde vemos ela sentada em um grande local predominantemente de cor verde, passando o sentido de esperança, e ao percebermos a touca azul em sua cabeça, com a representação de tristeza ao qual ela passava . A narrativa visual é acompanhada de uma trilha sonora minimalista e melancólica, que acentua o vazio deixado pela perda de Ash. Muito do cenário representa a frieza e ausência de sentimentos representado pelo substituto tecnológico de Ash, e a confusão de Martha como ser humano.


Propósito da Série:


"Black Mirror", criada por Charlie Brooker, tem como objetivo explorar as possíveis implicações da tecnologia moderna em nossa vida cotidiana. A série mergulha em futuros distópicos e em narrativas alternativas que mostram como a inovação pode afetar a sociedade, levando ao limite questões éticas e morais. Em "Be Right Back", o foco está em como a tecnologia pode interferir em nossa relação com a morte e no processo de luto. Como o erro que nos faz humano, não pode ser substituído pela “perfeição” do algoritmo.



Interpretação do Episódio:


"Be Right Back" é, em essência, uma reflexão sobre a natureza humana e nossa relação com a memória, o luto e a presença. A performance de Hayley Atwell transmite com intensidade as nuances da dor de perder alguém e do desejo de reconectar com o passado pelo sentimento de conforto do conhecido não mais existente. Domhnall Gleeson, por outro lado, faz uma atuação marcante ao transformar-se em uma réplica de Ash, oferecendo um personagem que, embora seja semelhante ao original, carece de emoções humanas genuínas, a ausência do emocional que faz de todos nós humanos.



A partir desse confronto, o episódio questiona se uma cópia, mesmo que fisicamente idêntica, pode realmente preencher o espaço deixado por um ser amado. A tecnologia, que inicialmente parece ser uma solução, revela-se insuficiente quando confrontada com a profundidade das emoções humanas. O relacionamento entre Martha e a réplica de Ash vai perdendo a essência que torna o amor genuíno: a imprevisibilidade e a autenticidade.



Recepção e Impacto Financeiro da Série:


"Black Mirror" se tornou uma das antologias de ficção científica mais influentes dos últimos anos. Embora não haja uma estimativa exata de quanto a série gerou em receita direta, seu impacto financeiro está atrelado ao contrato com a Netflix, que adquiriu os direitos da série em 2015 por um valor estimado em 40 milhões de dólares para produzir novas temporadas. Além disso, o sucesso da série resultou em produtos derivados, como "Bandersnatch", um filme interativo de "Black Mirror", que também teve grande repercussão.


"Be Right Back" é frequentemente lembrado como um dos episódios mais emocionais da série, justamente por tratar de algo tão humano quanto o luto de uma forma ficcional científica mas extremamente próxima do real. A narrativa instiga uma reflexão sobre nossa crescente dependência da tecnologia e questiona os limites éticos da mesma.



Conclusão:


O episódio "Be Right Back" funciona como um espelho da sociedade contemporânea e nos desafia a refletir sobre o que significa ser humano em um mundo onde a tecnologia pode cada vez mais se imiscuir nas relações pessoais. A ideia de eternizar uma pessoa a partir de seus rastros digitais é tão fascinante quanto inquietante, e a habilidade de Charlie Brooker em equilibrar essas emoções faz deste episódio uma experiência verdadeiramente impactante.

 
 
 

2 Comments


Robson Jose
Robson Jose
Sep 30, 2024

Mt bom!

Like

Amanda Medeiros
Amanda Medeiros
Sep 30, 2024

Melhor série!!!!!

Like
bottom of page